segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Vítima? Tem certeza?


Ave Maria, mãe de misericórdia, tem misericórdia dessa alma que vos clama.
Tem misericórdia da minha ira, da minha impaciência e dos pensamentos atrevidos
que passam pela minha cabeça e que só não viram atitudes concretas por que temo a Deus
e respeito demais os mais velhos.
Ô minha Nossa Senhora, me ajuda a melhor lidar com a "vitimização" constante e diária das pessoas.
As vezes me falta pouco, tão pouco, para dizer "se você quiser lhe dou motivos reais para que faça todo esse drama, para que tenha do que se lamentar e para que fique de fato se desfazendo de mim".
Por que, tem dias, que fica mesmo difícil respirar fundo
e tudo o que eu posso fazer para evitar o confronto é sair de perto.
É pecado meu Deus querer ser livre?
Querer ser independente?
Lutar pelos meus ideais?
Correr atrás dos meus desejos?
Buscar resolver minhas questões sozinha?
Ter autonomia pra seguir?
Serei eu uma pessoa ingrata, ruim e desumana por que luto para NÃO dar trabalho,
não causar dependência e seguir minha vida - COMO TODO MUNDO SEMPRE FEZ E FAZ
(e até os próprios "reclamões" assim também o fizeram) ?!
Será possível que eu tenha que ficar parada e inanimadamente - como se não tivesse meus próprios impulsos, desejos e causas - ter que ficar a disposição alheia, esperando comandos, aceitando opiniões e seguindo programações que não me interessam mais?
Serei eu má por isso?
Serei eu menos filha, menos cristã ou cidadã?
Só por que tento buscar levar a minha vida por mim mesma me torno uma pessoa pior?
( a ponto de ser referida IMPLICITAMENTE mas constantemente aos demais como uma pessoa "ingrata"?)
É LÓGICO que a independência total NUNCA vai existir.
É LÓGICO que - apesar do drama que fazem - eu não sou desalmada, nem esclerosada,
nem sem coração. Eu sei de onde eu vim.
Eu RESPEITO DEMAIS E AMO INCONDICIONALMENTE minhas raízes.
E se respeito e amo, não é por que alguém faz drama por isso não, é por que ao longo da minha vida eu fui assim educada.
Eu não essa pessoa fria que não tem amor ou apego ao que é meu,
ao que me sustentou e sustenta, ao que me orientou e orienta, ao que foi e é minha base pra sempre.
Por outro lado, ou nem por isso,
eu tenho que viver agarrada a essas raízes e em função delas 24hs da minha vida.
Me afastar um pouco, eu acredito, VAI SER BOM para tudo e todos.
Todos nós NOS DAREMOS mais valor, saberemos como PRECISAMOS (todos) uns dos outros
e só fortaleceremos nossos laços de família, amor e união.
Tenho procurado viver esse momento de "vitimização" como uma fase que vai passar
(e espero em Deus que não demore).
É preciso entender que as pessoas crescem, amadurecem e precisam viver,
ERRAR sim e aprender a desenvolver TAMBÉM sozinhas (tanto eu ASSIM COMO vocês).
Dependência demais deixa de ser laço e vira nó. Sufoca, impede, maltrata.
Culpabilização, vitimização e injustiça magoa, e muito.
Principalmente quando não se tem motivo para isso.
Não matei ninguém, não roubei ninguém, não difamei ninguém, não enganei ninguém,
não cometi nenhuma ilicitude, não os desrespeitei, desmereci, diminui ou constrangi.
Só temo isso tudo por que sou do tipo de pessoa que demora a perdoar, confesso.
Mas já aprendi a fazê-lo.
Entretanto, esquecer... aí não dá.
Não me peça nem espere que eu esqueça nada... não sofro de amnésia.
E não é que eu seja rancorosa ou alimente mágoas - até por que já entendi que mágoa, ódio e rancor só fazem mal a mim mesma.
Mas admito que as cicatrizes que elas deixam não se podem apagar.
O melhor então, é procurar entendermos que a vida é feita de ciclos
e que nunca estaremos sozinhos, por que sozinho ninguém consegue viver.
As vezes o que se quer é só mais espaço pra ser mais livre,
pra viver consigo mesmo, e isso não significa que amemos menos os outros,
ou que os rejeitemos ou pior,
que não reconheçamos o quanto são ESSENCIAIS em nossas vidas.
Só significa que tem se aproximado nossa hora de voar.
Mas voar sabendo que o nosso porto seguro NUNCA vai mudar.
E que assim como ele SEMPRE estará alí, nós também vamos SEMPRE voltar.
Confiem na educação e no amor que dedicaram aos seus.
Confiem no bom trabalharam que fizeram.
Quem planta bem, colhe bem.
MARI