Este ano ministrei uma
capacitação para os professores do PRO-JOVEM/URBANO
em João Pessoa. O tema? O recurso das artes plásticas no
cotidiano de nossas aulas.
A discussão foi bacana, mas
caía sempre no mesmo “ponto comum”:
“Não faço nada disso, não tenho
criatividade!”.
Aí, eu, a capacitadora,
respirava fundo... sabe por que?
Porque essa conversinha, a meu ver, é a saída dos
acomodados.
Afinal, quem de nós é gênio?
Aqui neste mundinho, você
conhece alguém que é a reencarnação do Da Vinci?!
Certamente não!
Sendo assim, logicamente,
dinamizar uma aula – e usando recursos
pouco usuais como os das artes plásticas (ainda mais se você é professor de
Matemática, por exemplo) – é um GRANDE desafio para QUALQUER professor.
QUALQUER UM – que não seja reencarnação de ninguém, rs.
A diferença entre todos nós,
chama-se INTERESSE, DISPOSIÇÃO E BOA VONTADE.
(aquilo que os acomodados chamam de falta de aptidão, de falta de
habilidade e como último recurso, falta de tempo – afinal, por que uns têm
tempo e outros não?!).
Que este post seja claro: não
estou aqui dizendo que TODOS meus colegas são assim,
mas não tenho nenhum receio em afirmar que conheço
aos montes aqueles que fazem
esse “estilo”: “pegador de garapa, o vulgo garapeiro”
(garapeiro = expressão popular
que designa sujeito que gosta de “pegar
carona no navio alheio”).
Veja meu caso:
“Nossa, é demais como você é
criativa. Você faz por isso, por que é “natural” no seu caso. Você tem
habilidade!”
Sinto lhes informar que meu
caso, como o de 90% daqueles que apresentam alguma dinamicidade vez ou outra em
suas atividades docentes, é fruto de nada mais do que interesse.
ÓH!
É sério. Não há mistério nem
segredo.
O passo a passo?
Compre um livro e leia.
Converse com outros colegas da
área e peça detalhes de trabalhos interessantes que eles fazem em seus lócus de
trabalho.
Perca tempo pesquisando sites
de escolas, blog´s de tumas/alunos, blog´s de demais professores do país.
Converse com sua turma,
descubra os interesses dela – afinal com
a turma interessada e envolvida TUDO funciona.
Enfim, PERCA TEMPO.
Perca noites.
Pesquise.
No final, misture tudo, adapte
a ideia – logicamente às suas possibilidades, recursos e circunstâncias – e experimente.
Garanto, não doi.
E sabe o que não doi também?
Chamar outros colegas para ajudar, para colaborar, para pesquisar junto, para
COMPLEMENTAR a ideia original e fazer daquilo de fato sucesso.
Sabe por que a maioria dos
professores “esforçados” – e não gênios
– não gostam de “compartilhar” suas ideias?
Por que em muitos aspectos
tornam-se até egoístas mesmo? – e aqui
infelizmente admito que posso me encaixar.
Por que é muito MUITO chato
você ter um trabalhão extra e entregar tudo pronto, assim de “mão beijada” a
alguém que vai usar tudo e ainda fazer sucesso.
O problema é ver o sucesso do
colega? Não.
O problema é ver o sucesso do
que colega sem vê-lo trabalhar para isso.
É isso que me incomoda.
Colegas esforçados,
interessados e cheios de boa vontade, quando fazem sucesso – e podem reparar, vivem fazendo – dá até
gosto aplaudir e dizer por aí:
“aquele lá, eu conheço, merece demais tudo o que tem!”.
Mas os garapeiros, gaiatos, que vivem de “pegar carona no navio” alheio,
esses me incomodam profundamente.
Afinal, não somos gênios,
assim como vocês.
#FicaDica
MARI.
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