terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Sou jovem para ser velha? Ou velha para ser jovem?




              Recentemente a cantora Sandy lançou uma música que acho que deve ter feito depois de observar-me muitos dias, rs.
(O lado bom da música, francamente, foi saber que alguém no mundo vive também meus dilemas e parece me entender).
              A música fala extamente do que tenho sentido, CADA VEZ MAIS, nos últimos anos: serei eu uma alma velha que "baixou" num corpo jovem? (as vezes acho que é exatamente isso).
              Esse "dilema" tem crescido gradualmentemente. Sinto como se já tivesse vivido tantas coisas, como se já pudesse me responsabilizar por tarefas, funções ou atividades que "normalmente" alguém da minha idade não faria. E não é falta de humildade ou arrogância não, a questão não é essa. É uma coisa quase inexplicável, de outro "cosmos" sabe? Quase de "outra vida".
              O problema, é que as pessoas olham pra minha aparência e me dizem justamente o contrário: "Você? Então... muito nova. Pouca experiência, desculpa!".
 Minha vontade é responder na lata: "CLARO que tenho pouca experiência COMPROVADA: ninguém me deixa mudar isso alegando sempre a mesma coisa, a tal juventude!" (fico pensando daqui a 20 anos... vão dizer o que? "Desculpa, muito velha!" - oh mundo cruel!).
E ai, lá vem os amigos tentar consolar dizendo: "ah Mari, pensa assim: pelo menos você não tem filhos, nem família. No fundo você não precisa, teu pai te sustenta...".
            Meu AMIGO, quer me IRRITAR? Venha com essa "conversinha"  de "teu pai te sustenta" pra cima de mim viu? 
           É CLARO - e infelizmente - que meu pai AINDA me sustenta, afinal "sou nova e sem experiência" para trabalhar em determinadas funções. TODAVIA, meu pai me "sustenta" por que é meu pai mesmo - sim, por que a 4 anos sou legalmente maior de idade e ele não tem mais obrigação de o fazer. Além disso, meu pai me "sustenta" por que tem que o fazer, não é por que é zilionário não. E outra, se meu pai tem alguma coisa hoje, é por que trabalhou desde os 13 anos de idade saindo do "oco do mundo" pra onde está hoje (que realmente, se comparado de onde ele veio, é muita coisa e me orgulho muito dele por isso). Porém, isso não significa que EU TENHO isso ou aquilo. Afinal, ISSO OU AQUILO é dele, e não meu. Fruto de anos de trabalho DELE, e não meu. Deve ser usufruido por ele, e não por mim. Sim, isso mesmo.
           Logo, eu PRECISO trabalhar sim. Eu preciso me sustentar SIM.
          Sou perfeitamente capaz, normal e PRECISO - assim como qualquer pessoa desse mundo - responder pela minha vida em TODOS os sentidos. Então meus "amigos", não venham me dizer que eu "não preciso" só por que não sou mãe solteira ou não me meti num casamento impensado.
          (...) Se a gente parar para pensar é até contráditório esse mundo... quer dizer que a pessoa é irresponsável (de certa forma) e por isso merece mais chance do que aquela que andou "sempre na linha"?! É... acho que já não sei mais viver neste mundo...
          Enfim, só sei que estou cheia do monte de desculpas que o mundo tem me dado querendo fazer com que eu simplesmente ACEITE que sou "novinha" ou que "eu não preciso".
          Quem não precisa que se acomode. Quem não precisa que sugue seus pais até o último fio de cabelo branco deles. Quem não precisa que fique tranquilinho em casa, esperando sua "herança" chegar. Agora, EU, euzinha aqui, preciso sim, e estou DEFINITIVAMENTE decidida a correr atrás, mesmo tendo o mundo me rejeitado pela enésima vez ou não. E tenho dito.
MARI
ps. E como diria o Thiaguinho: "vai novinha, vai novinha...vai que eu ver! Vai novinha, vai novinha...mostra o teu poder!"

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