quinta-feira, 18 de julho de 2013

" me espera aê! "


Meu "trem", assim como os de muitos de vocês, corre (e sempre correu) em velocidade máxima.
E eu fico como nisso tudo? Correndo!
Correndo desesperadamente atrás dele, sempre.
Confesso que acho que pelo menos "atleta amadora" já me tornei, rs.
Mas tá dificíl viu? Cansa.
Parece até que o danado é queniano: corre adoidado e não o alcanço nunca.
:(
O início da "corrida", ao que me lembro, começou com empenho no Ensino Médio.
Eu odiava a escola, sofria nas suas engrenagens e me debatia diariamente
para dar conta do currículo de exatas e saúde para os quais nunca tive aptidão alguma.
Pensava comigo mesma:
"Meu Deus, para que aprender isso tudo?
Por que o processo de aprendizagem - que deveria ser um prazer - tem que ser um tormento, uma repulsa, um sofrimento?"
Era sofrimento diário para mim e para a família que ora ficava decepcionada, ora brava,
ora impaciente, ora conselheira e ora esperançosa de me fazer concluir tudo "sã e salva".
Assim, além do desgosto pessoal que eu carregava com relação à escola,
tinha o desgosto que eu carregava pela chateação constante que eu estava causando a minha família, que seguramente não merecia. A escola era uma das melhores da cidade e paga a custo de empenho deles. Não era justo que eu lhes "desgostasse".
Mas não conseguia reverter a situação.
Até que um dia entendi que era preciso dar ainda mais de mim e terminar a escola nos prazos previstos para que eu "pulasse" aquela fase de "nuvem negra" e pudesse fazer uma faculdade
do meu agrado, na qual eu estudaria somente o que me interessasse e faria assim do estudo uma alegria.
Foi assim que conclui o 3º ano do Ensino Médio, adquiri minha "carta de alforria escolar"
e passei imediatamente no vestibular para História - minha matéria favorita.
Segui correndo atrás do meu "trem" - que agora trocara a roupa da escola pela da História.
No curso logo percebi que, ao contrário do que pensava, minha "corrida" não estava terminando
só por que enfim eu estava onde gostava, estava era recomeçando...
"correr" continuava sendo preciso.
Corri atrás de grupos de estudos, corri atrás de monitorias, de bolsas de pesquisa até que consegui chegar... e achando que tinha "chegado" fui novamente pensando:
"posso parar de "correr" achei meu lugar, está tudo certo".
Sei...
Acabei o curso e vi que NADA estava certo, a incerteza ainda imperava.
Resultado: segui "correndo" e assim entrei no mestrado.
No mestrado, iludida, alimentei a esperança de que saindo dele, enfim,
alcançaria "meu trem" e a minha "corrida" teria fim - uma vez que eu passaria
a ser passageira no meu destino e deixaria de correr atrás dele.
Mero engano.
Findou-se o mestrado e as incertezas que já existiam no final da graduação avolumaram-se:
"Já tenho o mestrado e por que meu "potencial" de corrida não me faz alcançar o trem?"
E esta inquietação segue, segue, segue...
Agora estou na etapa da "corrida" chamada "concursos".
Uma etapa, confesso, das mais difíceis.
Você se vê velha, em casa, cheia de potencial, querendo a todo custodeixar de ser "estudante"
e alçar vôos no mercado de trabalho mas, porém, todavia, contudo, entretanto "o trem" parece que
só aumenta e aumenta a velocidade.
E a "corrida" vai ficando mais puxada, exigindo cada vez mais forças de um "atleta"
que, sinceramente, já está cansando - de correr também, mas principalmente
de acreditar que vai chegar.
É... é nesta fase que eu estou, a etapa chamada: "descrença".
Só tenho vontade de gritar: "tá bom chega, não quero mais brincar!".
Mas não é tão fácil assim.
(...)
"Ô trem, dá um tempo. Quebra, freia.
Pelo menos desacelera, que seja... me espera. Me espera."
MARI
:/

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