segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

"Tudo que sei... é que nada sei"


Tenho pensado que quando a gente escutava os mais velhos dizerem que
"o perigo está nos livros",  devíamos dar mais atenção a isso.
Parece não ser atoa tantos Índex ao longo da História, tantas "fogueiras literárias",
tantos incêndios propositais a bibliotecas, tantas censuras e restrições.
Uma vez, num momento difícil, uma pessoa me disse:
"você não vê? Eles tem medo! Sabe por que? Por que saber é poder".
Eu nunca mais esqueci disso.
E levo pra sempre comigo essa pessoa, essa situação e, principalmente,
essa citação do Michel Foucault que a partir dalí mudou minhas perspectivas.
Você já teve a sensação de que está começando a perceber que você não sabe de fato, de nada?
(Mas quando eu digo nada, é nada mesmo).
Já teve a sensação de que existe um mundo tão maior (e que funciona a milhões de anos antes de você
e que continuará funcionando depois de você) do que realmente nós achamos que sabemos que ele parece ser?
E quando a famosa frase do Sócrates "só sei que nada sei" começa a fazer a cada dia mais sentido na sua vida por isso você começa a pensar que "ser ou não ser, eis a questão", talvez, seja uma coisa quase impossível de se resolver...
Aí, de repente, você começa a achar que tem lido mais do que deveria.
Que tem pensado mais do que deveria. 
Que tem sabido mais do que deveria.
(Por mais que você também saiba que o que você tenha lido,
pensado ou sabido seja NADA diante da imensidão do conhecimento humano).
Isto tudo por que quando você começa a deglutir a tal pílula vermelha junto com o Neo (de Matrix) você das duas uma... (depois do choque inicial) ou resolve que vai conviver com o "sistema" ou então, vai combatê-lo de alguma forma (sugiro que você seja primo do Jaspion neste caso, rs).
(...)
A-L-I-E-N-A-Ç-Ã-O.
Tenho pensado muito nesta palavra ultimamente...
O que é ser alienado? Até onde vai a alienação do mundo?
E (des)alienar vale a pena?
O que fazer com a desalienação, por mais ínfima que ela ainda seja?
As descobertas do conhecimento social, cultural, político... podem ter vários efeitos colaterais no despertar de um "alienado".
Na alienada que vos fala, o negócio tem sido meio físico.
Aliás, tendo me conhecido sempre mais, tenho observado que em mim as reações de qualquer noção mínima de desalienação, em sua maioria, são sempre físicas. (Maldita sensibilidade).
Hoje, por exemplo, estou de um jeito em que queria mesmo era dizer:
"tudo que sei...é que realmente eu sei de tudo!" e ainda "ser ou ser, não existe outra questão!".
E ai pronto, game over. Tudo resolvido. Neste sentido, somente neste me entendam, chego a invejar os "auto-suficientes", os arrogantes, os "donos da verdade"... estes pelo menos não sofrem do mal de saber como são ignorantes.
E saber disso, é muito chocante e as vezes irreversível, de consequências que variam de indivíduo para indivíduo, mas que irremediavelmente não tem volta.
E é por isso que digo que esse negócio de "atitude filosófica" proposta por Sócrates,
é realmente para quem estômago - literalmente.
No meu caso, eu acho que se continuar assim, em breve nem isso terei.
Não sei se posso com isso. Essa "crise do conhecimento" tem sido pesada demais pra mim.
Devo eu tomar doses cavalares da tal pílula azul e resolver meu problema?
MARI.

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