sábado, 7 de abril de 2012

Lidando com gente...

Sabe o que é pior de ter que lidar com gente?
É saber que por mais que você faça, ou seja simplesmente você mesma,
as "gentes"vão estar sempre achando que você fez pouco, ou nada fez.
Por isso, que quando digo que sou solitária por natureza, as pessoas não entendem...
As "gentes" vivem querendo quem lhes "ouça", quem lhes "entenda",
quem lhes "acompanhe", quem lhes "aconselhe", quem lhes "anime",
quem lhes "apoie", quem isso ou quem aquilo.
Mas na hora do "vamos tentar entender o coleguinha?"
na hora do "vamos tentar compreender que o coleguinha é diferente de mim,
e que por isso eu não devo ficar esperando que ele haja e reaja SEMPRE como eu agiria?"
na hora do "vamos entender que só porque o coleguinha é diferente de mim, não
quer dizer que ele não me considere, não me ame ou não me queira bem?"
Por que as "gentes" ficam sempre magoadíssimas com nossas reações
ou comportamentos só porque são diferentes dos seus comportamentos e reações?
Nosso mal, vou dizer, é ficar sempre - e praticamente obrigando implicitamente -
os outros a ser como somos.
Carencia demais?
Friesa demais?
Ah, depende. Depende demais.
Depende do seu referencial.
E não esqueça nunca disso.
E no final, quem sofre com isso? TODO MUNDO!
Sofre você - que acha que o outro é frio, é insensivel, não tem coração.
E sofre o outro - que acha que você só pensa sob seu ponto de vista
e não para nem um minuto pra se colocar no seu lugar.
Quem ganha com isso tudo? NINGUÉM!
Por isso mesmo, é que acredito e procuro sempre:
Tolerância...paciência...sabedoria.
É difícil.
Quantas vezes já quis dizer tanta, mais tanta coisa, mas calei.
Calei porque entendi que a pessoa é diferente de mim, e que isso
não quer dizer que não possamos conviver muito bem juntas.
Eu resolvi olha-la do ponto de vista positivo, do ponto de vista do
"meio-cheio".
E aprendi que seus defeitos são pequenos diante de suas qualidades.
Aprendi principalmente que mágoa, rancor e ódio só fazem mal a uma pessoa:
a mim mesma
(uma vez que quem os causou muitas vezes nem sabe disso
e vive sua vidinha "muito bem obrigado" enquanto eu alimentava
minha úlcera fruto dos meus disabores...)
Se nós queremos sempre mudar os outros, querendo e esperando deles sempre
que eles hajam de outra maneira e sejam diferente do que são, então parem e pensem:
É triste mas faz sentido...vai ver nós não gostamos desse outro.
Se gostássemos de verdade não desejaríamos
que ele mudasse tanto. Que ele fosse o que não é.
Todo mundo tem defeitos, inclusive eu - ah, se tenho!
Mas quando a gente gosta, enxerga mais as qualidades do que os defeitos.
Quando a gente gosta, aprende a conviver com os defeitos do outro da melhor forma.
Por que no final das contas, todo mundo se gosta, mas de formas diferentes.
O difícil é entender isso.
As vezes o que pra mim é fazer um esforço tremendo, pra você é o trivial.
O que pra você é o mínimo, o básico, pra mim pode ser superficial, desnecessário.
Enfim... e nem por isso as "gentes" precisam sofrer ou desgostar umas das outras.
É preciso entender as pessoas e passar a conviver com elas a partir daí.
E outra coisa:
(por exemplo)
se pra você o normal é se falar todo dia, pro outro pode não ser.
E assim não sendo, ele não vai estranhar se ficar algum tempo sem lhe falar
e não vai ver mal nenhum nisso. Enquanto isso, você estará magoadíssimo
por que o outro "sumiu" e "não lhe considera" como deveria.
Enquanto que o outro, tadinho, "tá certinho" de que está tudo bem.
"Ta" vendo como as pessoas são diferentes?
É pra isso que existe uma coisa chamada INTIMIDADE que nos permite ser honestos e ter liberdade de ser verdadeiros sem magoar. Aí numa situação dessa você sendo íntimo do outro diria (numa situação utópica):
"- faz 2 semanas que você não fala comigo. Alguma coisa aconteceu?"
"- não. Nada aconteceu. Só estive ocupada com muitas coisas."
"- entendo. Mesmo assim, não gosto quando isso acontece. Gostaria que tivéssemos algum contato sempre, estando um de nós ocupado ou não. É possível?
Isso que pra você parece não ter importância, para mim tem."
"- Tudo bem. Entendo. É possível. Não sabia que para você isso era tão importante.
Vou evitar este comportamento."
Pronto. E assim, muitos "mal estares" estariam resolvidos.
Muitas "impressões erradas" estariam esclarecidas.
Muitos julgamentos precipitados nem seriam feitos.
Se realmente fôssemos 100% honestos, coisa que qualquer relação fraternal deveria ter.
Cada pessoa tem seu ritmo, tem seu tempo.
Eu mesma, tenho o meu. Sou de "lua".
Tenho épocas animadíssimas, ou não.
Tenho épocas depressivíssimas, ou não.
Tenho épocas ocupadíssimas (estas são bem permanentes),
Tenho épocas nas quais a prioridade nº 1 é o trabalho, ou não.
Tenho épocas nas quais a prioridade é a minha família, ou não.
Tenho épocas nas quais a prioridade é a igreja, ou não.
Tenho épocas em que estou bastante próximas dos amigos, ou não.
E isso não quer dizer que sou outra pessoa por causa disso. Não sou bipolar.
Não quer dizer que porque estou num momento só alegria, que sou só isso.
Não quer dizer que porque estou num momento só trabalho, que sou só isso.
ISSO quer dizer que SOU TAMBÉM ISSO.
E se as "gentes" não conseguem entender e lidar com isso,
sinto muito, mas essa sou eu. Sempre fui.
Gostaria de ter poderes mágicos e estar em todas as "épocas" ao mesmo tempo,
e atendê-las SEMPRE à contento.
Infelizmente, isso não é possível, pois sou humana e pecadora.
Só espero que as "gentes" criem menos expectativas quantos aos outros.
Que criem menos expectativas quanto a mim.
Aliás, não esperem nada de mim, assim quem sabe, por isso mesmo
não consigo surpreendê-los positivamente?!
É uma pena que eu não consiga ser tudo o que todo mundo espera sempre,
pois confesso que faço sempre o possível para só levar felicidade e plenitude por onde eu passo.
Mas não posso fazer mais do que faço, de verdade. Seria fisicamente impossível.
Pena maior, é as "gentes" insistirem sempre em me ver "meio vazia",
quando eu trabalho tanto para estar "meio cheia".
Desculpem se não sou tudo o que vocês esperam ou desejam.
MARI
:/

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