sexta-feira, 25 de março de 2011

Como uma onda no mar...

Outro dia reencontrei um colega das aulas de ballet...
aquelas, dos velhos tempos. Ele estava sumido.
Estava nos mares. É, isso mesmo.
Estava fazendo parte do grupo de dança de um navio
de turismo que dava a volta pelo mundo.
Ele conheceu mil e um lugares dançando.
Seu trabalho? Dançar.
Sempre, todas as tardes, todas as noites.
(na foto somente suas pernas aparecem).
Tái, fiquei com inveja. E muita.
Mas aquela inveja tida como boa sabe?!
Aquela que ficou martelando o juízo "quando serei eu que estarei alí?".
Pelo andar da minha carruagem, acho que meu navio já zarpou
faz tempo...e eu? Eu fiquei aqui pesquisando, pesquisando.
Meu corpo não acompanhou o ritmo que seria necessário e minha
idade já não é mais a mesma. Sou velha, fiquei no passado.
E o pior é saber que dependia de mim, somente de mim.
Que era completamente possível, mas fui covarde.
Não paguei o alto preço pela incerteza da carreira amada.
Sofro do mal dos pouco audaciosos:
não correm riscos, mas frustam-se eternamente.
Viche, pra que ficar ruminando o que passou?!
Não volta mais.
Alguém avisa ao meu coração o que meu cérebro
tenta assimilar a muito tempo, por favor!
MARI

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