segunda-feira, 14 de março de 2011

Espaço

Aquele milímetro exatamente entre o 36º e o 37º degrau,
exatamente aquele.
Aquele é o lugar, o espaço pelo qual anseio a tanto, tanto tempo.
A foto é COMPLETAMENTE literal nesse post.
Vivo num mundo até os ombros.
O habito, coexisto.
Mas do pescoço pra cima, menos alcanço
do que me desespero em busca da materialidade, da concretude do meu espaço.
No livro "3096 dias" da Natascha Kapusch ela diz que desde criança
sonhava em alcançar os 18 anos.
Essa idade tinha uma simbologia muito forte para ela.
Seria naquele momento que ela teria seu lugar,
exatamente do seu modo e seria seu próprio guia.
Eu também era assim .
Só que no meu caso, diferente do dela, os 18 anos passaram
e eu não fiz nem alcancei nada do que eu planejara a muito tempo.
Onde estou, sou feliz. O caso não é esse.
Mas é uma felicidade parcial sabe? Incompleta.
E por dentro, fico numa ânsia, numa turbulência eterna,
sempre chateada e frustada por ainda estar aqui.
Sinto as palpitações e o pensamento a mil.
Como se vivesse numa prisão onde as grades só quem vê sou eu.
E quantas vezes como hoje, minha única saída foram os sonhos...
lá onde eu vejo e vivo tudo como eu gostaria.
Chego a sentir os rios de lágrimas de satisfação e de tristeza...
Sou um ser solitário. Gosto de pensar sozinha, gosto do silêncio.
Gosto mesmo, me sinto bem.
As vezes entristeço, admito, pois percebo-me mais só do que desejaria...
por outro lado, mais terrível é estar arrudiada do que não se quer, do que se atura.
Gosto de fazer o meu espaço parecer comigo, atender os meus anseios.
Não busco um palácio, não é isso, nunca foi.
O que eu quero é um pouco mais do que sempre tive,
onde eu olhe pros lados e me sinta, eu.
Quanto tempo mais vou ter que esperar? Isso pra mim é meu maior martírio.
Com certeza, no dia em que alcançar o espaço meu coração estará nas galáxias
e mais próximo de tudo que eu sou.
MARI
:/

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