segunda-feira, 30 de maio de 2011

eu sei qual seu problema

Eu sei bem do mal que você padece: seu mal sou eu.
Pois é, infelizmente eu existo.
Ó triste e cruel a sua sina não é mesmo?
Ter que simplesmente conviver com aquilo
que você menos desejaria estar perto na vida... ó triste viver!
Mas não se preocupe não, eu sei de tudo isso, eu sei a muito tempo.
Não é preciso expressar literalmente com palavras, seus olhares me dizem tudo.
São olhares de disabor, de insatisfação, de raiva, de ódio mesmo.
E não haveria maneira mais direta de me contar isso tudo, se você quer saber.
É, seus olhos falam!
E tomara que leiam também, que leiam isso aqui um dia.
E se lerem, que tranquilizem sua mente - que se mostra nitidamente a cada dia menos
paciente e mais pertubada com minha desagradável presença - pois
nossa convivência, está bem mais perto do fim do que em qualquer outro tempo.
Porque você acha que engulo todos os sapos da minha vida naquela faculdade?
Porque você acha que finjo que você não existe mesmo dividindo com você o mesmo corredor?
Há objetividade racional nisso tudo: mentalizei, determinei e estou correndo atrás.
Contando literalmente os dias pra começar a colocar um fim nessa situação em que vivemos.
Porque acha que comprarei um apartamento na primeira oportunidade que terei?
Pra não ter que acordar, olhar pro lado e vê-lo. E aí, isso tudo terá realmente fim.
Será seu descanço, sua vitória - e a minha, ah, pode crê.
Que sua auto-suficiencia lhe baste sempre e que seu narcismo não lhe consuma
antes mesmo do que você espere.
E, principalmente, que o mundo dê muitas, muitas e muitas voltas e que a gente continue
sempre caminhando divergentemente, porque juntos, nunca seremos.
Eu sempre estive só, sempre soube disso.
Mas você não, você está - e me esforço a algum tempo para que SEJA só - a pouco tempo.
Não vai lhe fazer diferença não é? Aliás, vai sim, era tudo o que você queria.
Espero que fique bem.
Eu? Vou ficar. Nao tenho pena de mim mesma, sempre levo máxima:
"antes só que mal acompanhado" à risca. Costumo andar mesmo sozinha,
e não vejo malefícios nisso. Estar sozinha, não significa viver na solidão.
Solidão maior e concreta é essa a que vivo hoje.
É a de conviver com alguém que lhe despreza completamente.
Aqui sim eu vivo em solidão.
Mas porei um fim nisso, ou não sossegarei.
MARI

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